Texto1:
É
a cultura que nos humaniza. Não é a inserção em grupos que nos distingue dos
outros animais, pois todos já puderam observar que os animais, de forma geral,
vivem, na sua maioria, imersos em grupos. Logo, embora vivam em sociedade, não
desenvolvem cultura.
Independentemente
da espécie a que pertencem, as abelhas organizam-se em grupos. Nestes, cada
abelha possui regras e atividades específicas. Abelhas de uma mesma espécie,
contudo, relacionam-se sempre da mesma maneira com o meio ambiente. Seu
comportamento se altera apenas quando há alterações no ambiente que a cerca.
Caso não haja alterações neste, tampouco há alterações no comportamento das
abelhas. Desta forma, pode-se dizer que elas se adaptam ao meio ambiente, ou às
alterações que nele ocorrem, mas não o transformam. A capacidade de transformar
o próprio comportamento e a natureza é própria do ser humano. (Elaborado
especialmente para o São Paulo faz escola.)
Responda:
1.
Qual seria a ideia principal do texto?
2.
O que as abelhas e outros animais têm em comum?
3.
E o que você acha que os animais não têm em comum com o ser humano?
Texto
2:
Entre
as abelhas existe sociedade, mas não cultura. As abelhas ordenam-se
coletivamente e pode haver divisão do trabalho, sexo e idade. Mas não há
cultura, pois não há tradição viva, elaborada de geração para geração, que
permita tornar única e singular uma dada sociedade. Uma tradição viva nada mais
é do que um conjunto de escolhas. Ter tradição não significa viver sob
determinadas regras – afinal, os animais também vivem sob regras. Ter tradição
significa viver conscientemente sob tais regras. Sob determinadas
circunstâncias, os animais vão sempre agir e reagir da mesma forma. Se eles
mudam suas regras, o fazem, portanto, como reação às mudanças ocorridas no
meio. Já com o homem não acontece o mesmo. A cada grupo humano corresponde uma
tradição cultural. Por exemplo, não há como mostrar uma casa e dizer que se
trata de uma casa tipicamente humana, como se ela representasse todas as casas
humanas. Entretanto, pode-se tomar qualquer casa de joão-de- barro e dizer que
é uma casa típica de joão-de-barro – não interessa se do Brasil ou de qualquer
outro lugar. Isso significa que os animais não produzem tradições que os diferenciem.
(Elaborado
especialmente para o São Paulo faz escola.)
Texto
3:
Como
vivemos em sociedade, não é possível deixar de lembrar que não há cultura
individual e que toda cultura é socialmente partilhada. O homem, ao nascer, é
absolutamente frágil, um dos seres mais frágeis que existem. Assim como outros
mamíferos, ele precisa que alguém lhe dê água, comida, abrigo e que cuide de
sua higiene. Mas, ao contrário do que ocorre com os outros animais, pode-se
ensinar praticamente tudo a um ser humano já na primeira infância. Assim, um
bebê nascido no Brasil e criado por outra família na China vai agir falar e
pensar de acordo com os hábitos culturais da família que o adotou. Ele poderá
não gostar de arroz com feijão e ter dificuldade de pronunciar palavras da
língua portuguesa, caso algum dia retorne para cá. Ele pensará como um chinês e
falará como tal. Provavelmente gostará de comidas que, para o paladar
brasileiro, são consideradas inadmissíveis, como escorpiões e certos tipos de
insetos. Certamente terá maior facilidade em comer com fachis (em japonês,
hashis, os “palitos” que muitos povos asiáticos utilizam para se alimentar).
Enfim, agirá e pensará como um chinês, embora tenha nascido de pais
brasileiros. O mesmo não ocorre com os animais. Um gato, por exemplo, pode até
ser criado com uma família de cachorros, mas nunca latirá. Isso porque seu
comportamento é regido muito mais pelos instintos.
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