quarta-feira, 5 de agosto de 2015

2º Ano - Ideia de cultura

Texto1:

É a cultura que nos humaniza. Não é a inserção em grupos que nos distingue dos outros animais, pois todos já puderam observar que os animais, de forma geral, vivem, na sua maioria, imersos em grupos. Logo, embora vivam em sociedade, não desenvolvem cultura.
Independentemente da espécie a que pertencem, as abelhas organizam-se em grupos. Nestes, cada abelha possui regras e atividades específicas. Abelhas de uma mesma espécie, contudo, relacionam-se sempre da mesma maneira com o meio ambiente. Seu comportamento se altera apenas quando há alterações no ambiente que a cerca. Caso não haja alterações neste, tampouco há alterações no comportamento das abelhas. Desta forma, pode-se dizer que elas se adaptam ao meio ambiente, ou às alterações que nele ocorrem, mas não o transformam. A capacidade de transformar o próprio comportamento e a natureza é própria do ser humano. (Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.)
Responda:
1. Qual seria a ideia principal do texto?
2. O que as abelhas e outros animais têm em comum?
3. E o que você acha que os animais não têm em comum com o ser humano?

Texto 2:

Entre as abelhas existe sociedade, mas não cultura. As abelhas ordenam-se coletivamente e pode haver divisão do trabalho, sexo e idade. Mas não há cultura, pois não há tradição viva, elaborada de geração para geração, que permita tornar única e singular uma dada sociedade. Uma tradição viva nada mais é do que um conjunto de escolhas. Ter tradição não significa viver sob determinadas regras – afinal, os animais também vivem sob regras. Ter tradição significa viver conscientemente sob tais regras. Sob determinadas circunstâncias, os animais vão sempre agir e reagir da mesma forma. Se eles mudam suas regras, o fazem, portanto, como reação às mudanças ocorridas no meio. Já com o homem não acontece o mesmo. A cada grupo humano corresponde uma tradição cultural. Por exemplo, não há como mostrar uma casa e dizer que se trata de uma casa tipicamente humana, como se ela representasse todas as casas humanas. Entretanto, pode-se tomar qualquer casa de joão-de- barro e dizer que é uma casa típica de joão-de-barro – não interessa se do Brasil ou de qualquer outro lugar. Isso significa que os animais não produzem tradições que os diferenciem.
(Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.)

Texto 3:

Como vivemos em sociedade, não é possível deixar de lembrar que não há cultura individual e que toda cultura é socialmente partilhada. O homem, ao nascer, é absolutamente frágil, um dos seres mais frágeis que existem. Assim como outros mamíferos, ele precisa que alguém lhe dê água, comida, abrigo e que cuide de sua higiene. Mas, ao contrário do que ocorre com os outros animais, pode-se ensinar praticamente tudo a um ser humano já na primeira infância. Assim, um bebê nascido no Brasil e criado por outra família na China vai agir falar e pensar de acordo com os hábitos culturais da família que o adotou. Ele poderá não gostar de arroz com feijão e ter dificuldade de pronunciar palavras da língua portuguesa, caso algum dia retorne para cá. Ele pensará como um chinês e falará como tal. Provavelmente gostará de comidas que, para o paladar brasileiro, são consideradas inadmissíveis, como escorpiões e certos tipos de insetos. Certamente terá maior facilidade em comer com fachis (em japonês, hashis, os “palitos” que muitos povos asiáticos utilizam para se alimentar). Enfim, agirá e pensará como um chinês, embora tenha nascido de pais brasileiros. O mesmo não ocorre com os animais. Um gato, por exemplo, pode até ser criado com uma família de cachorros, mas nunca latirá. Isso porque seu comportamento é regido muito mais pelos instintos.

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