Consumo versus consumismo
Para alguns autores, o consumismo está mais relacionado com
a criação de desejos crescentes, do que com a satisfação de necessidades. Ou
seja, muitas propagandas, ao tentar vender seus produtos, não apelam para uma
necessidade que o indivíduo tem e que aquele produto irá preencher ou
satisfazer, e sim para desejos que ele nem sabe que tem ou que muitas vezes não
tem.
Muitas vezes, as propagandas usam frases como: “Esse produto
trará uma satisfação que você não espera”, ou algo similar. Ou seja, ela não
vende a satisfação de uma necessidade existente, mas a criação de uma nova
necessidade que a pessoa nem sabia que existia, mas que aquele produto irá
suprir. Não é raro que a propaganda, transmitida pelos meios de comunicação,
trabalhe a ideia de que o produto pode mudar a vida da pessoa ou de que a mesma
não tem consciência de como isso poderia ser bom para ela.
A incessante criação de desejos implica a contínua
substituição dos objetos, uma vez que novas necessidades são criadas o tempo
todo e assim nos baseamos no excesso e no desperdício (BAUMAN, 2008, p. 53). O
volume de novidades rapidamente torna obsoletas levas e levas de produtos. Há então
um excesso de novidades.
“Na economia consumista, a regra é que primeiro os produtos apareçam (sendo inventados, descobertos por acaso ou planejados pelas agências de pesquisa e desenvolvimento), para só depois encontrar suas aplicações. Muitos deles, talvez a maioria, viajam com rapidez para o depósito de lixo, não conseguindo encontrar clientes interessados, ou até antes de começarem a tentar. Mas mesmo os poucos felizardos que conseguem encontrar ou invocar uma necessidade, desejo ou vontade, cuja satisfação possam demonstrar ser relevante (ou ter a possibilidade de), logo tendem a sucumbir às pressões de outros produtos “novos e aperfeiçoados” (ou seja, que prometem fazer tudo o que os outros podiam fazer, só que melhor e mais rápido – com o bônus extra de fazer algumas coisas que nenhum consumidor havia até então imaginado necessitar ou adquirir) muito antes de sua capacidade de funcionamento ter chegado ao seu predeterminado fim.”
“Na economia consumista, a regra é que primeiro os produtos apareçam (sendo inventados, descobertos por acaso ou planejados pelas agências de pesquisa e desenvolvimento), para só depois encontrar suas aplicações. Muitos deles, talvez a maioria, viajam com rapidez para o depósito de lixo, não conseguindo encontrar clientes interessados, ou até antes de começarem a tentar. Mas mesmo os poucos felizardos que conseguem encontrar ou invocar uma necessidade, desejo ou vontade, cuja satisfação possam demonstrar ser relevante (ou ter a possibilidade de), logo tendem a sucumbir às pressões de outros produtos “novos e aperfeiçoados” (ou seja, que prometem fazer tudo o que os outros podiam fazer, só que melhor e mais rápido – com o bônus extra de fazer algumas coisas que nenhum consumidor havia até então imaginado necessitar ou adquirir) muito antes de sua capacidade de funcionamento ter chegado ao seu predeterminado fim.”
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das
pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2008. p. 53-54.
O consumo faz parte de toda a vida social, pois os seres
humanos precisam consumir para existir. Mas nas sociedades que passaram pelo
processo de industrialização não há apenas o consumo como forma de satisfação
de necessidades básicas; há também o consumismo. Ou seja, o consumo contínuo e
incessante de bens, serviços e produtos muitas vezes supérfluos.
Outro ponto importante nessa discussão sobre consumo e
consumismo diz respeito à questão da felicidade. Inicialmente, peça para a turma
dar exemplos, com base em sua experiência pessoal, de elementos presentes na
nossa cultura que podem trazer felicidade para uns e não trazer para
outros.
Por fim, estabeleça uma discussão sobre felicidade,
consumismo e as propagandas analisadas. Afinal, as propagandas veiculadas pelos
meios de comunicação de massa, como a televisão, o cinema, o rádio e a
internet, procuram vender produtos que muitas vezes agradam pessoas dos mais diferentes lugares.
1. Explique do que trata o texto apresentado. Cite exemplos de produtos incessantemente aperfeiçoados em nossa sociedade.
1. Explique do que trata o texto apresentado. Cite exemplos de produtos incessantemente aperfeiçoados em nossa sociedade.
Com frequência, elas não vendem apenas produtos, mas também
sentimentos, como a felicidade.
“Que os seres humanos preferiram a felicidade à infelicidade é uma
observação banal, um pleonasmo, já que o conceito de “felicidade” em seu uso
mais comum diz respeito a estados ou eventos que as pessoas desejam que
aconteçam, enquanto a “infelicidade” representa estados ou eventos que elas
querem evitar. Os dois conceitos assinalam a distância entre a realidade tal
como ela é e uma realidade desejada. Por essa razão, quaisquer tentativas de
comparar graus de felicidade experimentados por pessoas que adotam modos de
vida distintos em relação ao ponto de vista espacial ou temporal só podem ser
mal-interpretadas e, em última análise, inúteis.
Na verdade, se o povo A passou sua vida em um ambiente sociocultural
diferente daquele em que viveu o povo B, seria inútil ou arrogante afirmar que
A ou B era “mais feliz”. Os sentimentos de felicidade ou sua ausência derivam
de esperanças e expectativas, assim como de hábitos aprendidos, e tudo isso
tende a diferir de um ambiente social para outro. Assim, uma comida saborosa
apreciada pelo povo A pode ser considerada repulsiva e venenosa pelo povo B. Da
mesma maneira, as condições reconhecidamente capazes de tornar feliz o povo A
poderiam deixar o povo B bastante infeliz e vice-versa.”
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das
pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2008. p. 58-59.
2, Escreva um texto dissertativo sobre a relação entre consumo, consumismo e felicidade
2, Escreva um texto dissertativo sobre a relação entre consumo, consumismo e felicidade
qual é a ideia central do texto?
ResponderExcluirComprar por impulso, sem necessidade
ResponderExcluirOstentação