segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O movimento sindical no Brasil

Movimento Sindical no Brasil
Sindicato: associação, para fins de estudo, defesa e coordenação de  interesses econômicos e/ou profissionais, de todos os que (na qualidade de empregados, empregadores, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais) exerçam a mesma atividade ou atividades similares ou conexas.[1]
Obs* O movimento operário no Brasil possuiu várias vertentes e formas de atuação até que fossem constituídos e regularizados os sindicatos (especialmente o novo sindicato).

Os Sindicatos


         Sua origem remonta aos últimos anos do século XIX e está vinculada ao processo de transformação da economia brasileira, cujo centro agrário era o café: substituição do trabalho escravo pelo assalariado; transferência de lucro do café para a industria; e poder nas mãos do cafeicultores. Suas principais formas de organização foram: Sociedades de socorro de ajuda mútua, União operária, que com advento da indústria passou a se organizar por ramo de atividade dando origem ao sindicato.
O movimento sindical no Brasil não pode ser entendido fora do contexto histórico e político. Do ponto de vista da Sociologia, ele nasce de um longo processo de relações sociais entre grupos com interesses divergentes entre si, que detiveram posições divergentes entre si;  posições de força antagônicas no campo de poder da esfera do trabalho e, nem sempre puderam participar e atuar politicamente em condições de igualdade.
Os sindicatos nascem no bojo do operariado brasileiro, o qual se caracterizou como um segmento dividido em facções diferentes, com comportamento políticos e formas de atuação diversas, orientados por idéias e linhas de pensamento não coincidentes entre si. O patronato por sua vez, nem sempre acatou a resolução do Estado da mesma forma. E empresas diferentes adotaram medidas próprias com relação aos seus operários, não necessariamente em concordância com o que outras organizações industriais faziam. Já o Estado implementou medidas e promulgou leis  que favoreceram hora um grupo; hora outro grupo. Isso fica mais claro com a analise do contexto histórico:

Período: República Velha (1889 a 1930) – predominava como ideário político o liberalismo em sua vertente mais ortodoxa, as oligarquias e grandes proprietários rurais, bem como as elites da emergente industria nacional, que não cabia ao Estado promover a assistência social. qualquer interferência do governo era vista como violação da liberdade do exercício profissional.

Era Vargas (1930-1945) – pôs fim ao poder das velhas oligarquias. O Estado novo defendia o desenvolvimento econômico com base no crescimento industrial, na construção de ferrovias, no fortalecimento das forças armadas e da defesa nacional. Tratava-se de uma visão de Estado centralizadora e autoritária. Em nome da necessidade de manutenção da ordem social, rejeitava o conflito social e impunha a cooperação entre trabalhadores e patrões, sob a supervisão do Estado. Desse modo, empregados e empregadores eram obrigados a se filiar a sindicatos controlados pelo governo.

Era Nacional-Desenvolvimentista (1945-1964) – após a derrubada de Vargas e a convocação de eleições presidencialistas e legislativas em dezembro de 1945 o Brasil vivenciou sua primeira experiência democrática da história. Governos, militares, empresários e trabalhadores se posicionaram antagonicamente em torno das principais questões de interesse nacional da época: Guerra Fria, o petróleo e inclusive a política sindical e trabalhista. O movimento sindical desse período pela sua estreita ligação com os partidos políticos reforçava o cooperativismo e as entidades de cúpula, distanciando-se das bases operárias e de seus interesses propriamente econômicos que políticos.
Ditadura militar (1964 – 1985) – durante o regime militar os órgãos sindicais forma severamente reprimidos. Mas, foi justamente no período militar que ocorre a expansão de novos setores da economia, especialmente o de bens de consumo durável de capital. Foi entre os metalúrgicos de empresas automobilísticas multinacionais e empresas nacionais de siderurgia, maquinas e equipamentos, sobretudo da Grande São Paulo, que surgiu o novo movimento sindical. Esse movimento tem sua origem na crítica à política econômica do governo militar , especialmente a que se referia aos salários, nas lutas pelo direito de greve, autonomia e liberdade sindical, pelo direitos democráticos e na defesa de negociação direta com o patronato, afirmando assim o seu compromisso com os trabalhadores. A expressão mais forte da resistência do s trabalhadores e do movimento sindical ocorreu nas greves de 1968 e nas do final dos anos 1970 na região do ABC, tendo como liderança a categoria dos metalúrgicos.



[1] Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 2007. 

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