segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Os movimentos dos Trabalhadores Rurais

Os movimentos dos Trabalhadores Rurais

Refere-se às mobilizações de grandes contingentes de pessoas que vivem e trabalham em área rural. Na situação de aprendizagem anterior, pode-se perceber que existiam, desde o século XIX, movimentos de revolta de segmentos da população rural, que lutavam contra os desmandos dos coronéis, a dificuldade de acesso à terra que lhes permitisse plantar  e garantir a sua sobrevivência, as injustiças e a sistemática expulsão de lugares de moradia. Ainda que as tentativas de organização e mobilização desses trabalhadores não tenham sido em números comparável às dos trabalhadores urbanos, algumas dessas são até hoje tidas como expressão de resistência ao contexto de mudanças que atingiam as populações camponesas.
Verifique que é no período de 1850 que cresce a luta pela reforma agrária, pela justa distribuição de terras e direitos trabalhistas, mas somente em 1963, com a criação do Estatuto do Trabalhador Rural, alguns direitos serão estendidos a essa categoria, especialmente o direito de organizar sindicatos. Logo em seguida foi criada a  Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG ) que passou a representar todos os trabalhadores rurais e desenvolver a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Alguns exemplos da luta dos trabalhadores rurais:

Ligas Camponesas – tem sua origem em 1954, pelos trabalhadores do Engenho da Galileia, da Sociedade Agrícola e Pecuária de Plantadores de Pernambuco (SAPPP).Entretanto, diante da reação do proprietário do engenho, recorreram a um advogado, Francisco Julião Arruda de Paula, que se tornou defensor dos trabalhadores e teve papel importante no fortalecimento das Ligas, as quais foram legalizadas em 1955, e, deixou após o golpe militar em 1964.

O movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra  (MST) – para falar de MST é preciso lembrar a luta pela terra que o antecedeu e a concentração da propriedade fundiária do Brasil. A história desse movimento se situa no contexto da economia brasileira e das políticas fundiárias responsáveis pela concentração de terras nas mãos de grandes proprietários e a conseqüente expulsão dos trabalhadores rurais.

O MST foi criado em 1984 tendo como objetivo a luta pela reforma agrária, a construção de uma sociedade mais justa, a expropriação de latifúndios improdutivos e o estabelecimento de uma área mínima de hectares para a propriedade rural. Está organizado em 24 Estados Brasileiros e, como forma de pressão na luta pela terra recorre à ocupações, ou seja, a instalação de grandes número de famílias em latifúndios improdutivos, os chamados acampamentos. Possui uma organização vertical, com uma direção colegiada onde todos os dirigentes têm o mesmo nível de responsabilidade. Além disso, propõe as cooperativas de produção como forma de organização das famílias assentadas, isto é quando conseguem o acesso definitivo a terra. Uma característica marcante do MST é a ênfase na educação com a criação de escolas nos assentamentos, com o objetivo de aumentar a taxa de escolaridade e o espírito critico dos trabalhadores. 

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