Os movimentos dos
Trabalhadores Rurais
Refere-se
às mobilizações de grandes contingentes de pessoas que vivem e trabalham em
área rural. Na situação de aprendizagem anterior, pode-se perceber que
existiam, desde o século XIX, movimentos de revolta de segmentos da população
rural, que lutavam contra os desmandos dos coronéis, a dificuldade de acesso à
terra que lhes permitisse plantar e
garantir a sua sobrevivência, as injustiças e a sistemática expulsão de lugares
de moradia. Ainda que as tentativas de organização e mobilização desses
trabalhadores não tenham sido em números comparável às dos trabalhadores urbanos,
algumas dessas são até hoje tidas como expressão de resistência ao contexto de
mudanças que atingiam as populações camponesas.
Verifique
que é no período de 1850 que cresce a luta pela reforma agrária, pela justa
distribuição de terras e direitos trabalhistas, mas somente em 1963, com a
criação do Estatuto do Trabalhador Rural, alguns direitos serão estendidos a
essa categoria, especialmente o direito de organizar sindicatos. Logo em
seguida foi criada a Confederação
Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG ) que passou a representar
todos os trabalhadores rurais e desenvolver a luta em defesa dos direitos dos
trabalhadores.
Alguns exemplos da luta dos
trabalhadores rurais:
Ligas
Camponesas – tem sua
origem em 1954, pelos trabalhadores do Engenho da Galileia, da Sociedade
Agrícola e Pecuária de Plantadores de Pernambuco (SAPPP).Entretanto, diante da
reação do proprietário do engenho, recorreram a um advogado, Francisco Julião
Arruda de Paula, que se tornou defensor dos trabalhadores e teve papel
importante no fortalecimento das Ligas, as quais foram legalizadas em 1955, e,
deixou após o golpe militar em 1964.
O movimento dos Trabalhadores Rurais
sem Terra (MST) – para falar de MST é preciso
lembrar a luta pela terra que o antecedeu e a concentração da propriedade
fundiária do Brasil. A história desse movimento se situa no contexto da
economia brasileira e das políticas fundiárias responsáveis pela concentração
de terras nas mãos de grandes proprietários e a conseqüente expulsão dos trabalhadores
rurais.
O MST foi criado em 1984 tendo como
objetivo a luta pela reforma agrária, a construção de uma sociedade mais justa,
a expropriação de latifúndios improdutivos e o estabelecimento de uma área
mínima de hectares para a propriedade rural. Está organizado em 24 Estados
Brasileiros e, como forma de pressão na luta pela terra recorre à ocupações, ou
seja, a instalação de grandes número de famílias em latifúndios improdutivos,
os chamados acampamentos. Possui uma organização vertical, com uma direção
colegiada onde todos os dirigentes têm o mesmo nível de responsabilidade. Além
disso, propõe as cooperativas de produção como forma de organização das
famílias assentadas, isto é quando conseguem o acesso definitivo a terra. Uma
característica marcante do MST é a ênfase na educação com a criação de escolas
nos assentamentos, com o objetivo de aumentar a taxa de escolaridade e o
espírito critico dos trabalhadores.
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